Nesta saudade que me vem
Dou largas ao pensamento
Lembro de tudo e de ninguém
Tudo cabe num momento
Momento sem tempo
Sem glória
Sem sofrimento
Só aquela nostalgia
Do que um dia foi alegria
E vida a florescer
Nos campos a vencer
Alegria esquecida
Vencida
Não permitida
Alegria que eu não vou perder
Nestes caminhos sinuosos
A minha força é para vencer
Os abismos mais tortuosos
Liz
Tu gaivota que voas para o mar
Ensina-me contigo a voar
Mostra-me o mundo
Que há para conquistar
E dá-me num segundo
A liberdade de voar
Voar nas asas do vento
Voar para onde o pensamento
Me levar a cada momento
Voar para lá do mar
Voar para aquele lugar
Onde as estrelas costumam repousar,
Quando o dia aparece
E elas, descansam do seu bailado ao luar
Para que à noite
Venham de novo brilhar
E com a sua dança inspirar
As histórias de encantar.
Liz
Ainda ontem eras semente
De um sonho de ouro
Guardada como um tesouro
No coração da gente
Chegaste com a magia
Dos teus olhos de criança
Encheste de alegria
O que o teu sorriso alcança
És hoje a esperança
De um amanhã feliz
És da vida aprendiz
Linda, inteligente e audaciosa
Sempre a querer vencer
Como as princesas sonham ser
Gui … para ti minha princesa.
Liz
Ser a eterna guerreira
Capaz de enfrentar o mundo
Mesmo quando a vida traiçoeira
Lhe quer arrancar os sonhos
Do recanto mais profundo.
Sem margem para hesitação
Luta sem ter medo
Não desvenda seu segredo
Da sua força imensa
Força que ela encontra
Na sua maneira intensa
De conjugar o verbo amar,
Nas suas variadas formas,
Sem ter medo de errar!
Ser mulher também é...
Ser encanto, ser magia
Ser a prosa e a poesia
De um livro de enfeitiçar
Pintado folha a folha
Pelas mãos do pintor
Que se deixou levar
Sem reticências, sem pudor
Apenas com o intuito
De pintar a mais linda tela
Que ele jamais imaginara
No seu desejo fortuito
De construir obra bela
Que ninguém observara.
Mas tudo isto é coisa pequena
Perante o seu dom maior
Aquele que a faz serena,
E dona das suas vontades
Sem esquecer o amor
O que a move de verdade
Sem qualquer hesitação
É a força da maternidade
Que transporta no coração
Liz
Lancei o poema ao mar
E as minhas mãos ficaram
Vazias de palavras …
Já não tinha como expressar
O que cá dentro guardava
Só me resta agora …
A ele as vir buscar
Sempre que elas me faltam
Nos dedos a transbordar
De versos que não deixam
De brincar na minha mão
Sempre a brotar
Lá do fundo do coração
Insistem
Em compor singela poesia
Com cheiro de maresia
E sabor a água do mar
Brisa marinha que se sente
No coração da gente
Som das ondas a cantar
Lindas canções de embalar
É sempre ele … o mar
Caprichoso nas suas vontades
Que continua a inspirar
Desde os poetas de verdade
Até àqueles que como eu
São poetas a brincar
Liz
