Não há véus que me escondam
Os sinais da esperança
Que eu teimo em não largar
Por mais ténues que estes sejam
Por mais que avancem
Sempre os hei-de encontrar
Até mesmo por baixo do véu
Onde se parecem esconder
Eu sinto a sua presença
Dentro do meu ser
Como se fosse crença
Que a vida me deu
Ter esta certeza de vencer
E vou continuar
Nesta minha convicção
Que ela nunca me deixará
Porque é lá que a vou guardar
Dentro do coração
Donde jamais sairá
Liz
Cai a luz do dia
No profundo escuro da noite
E eu vou com ela
Vou nessa viagem paralela
Onde ecoam melodias
Que, como se nada fosse
Rasgam a barreira do fundo da noite
E vestem-se em harmonia
Com a festa das minhas fantasias
Vêem as estrelas e o luar
Espargem sedução e encanto
E ofuscam o meu pranto
Com os raios a brilhar
Há uma dança a começar
Uma dança de pensamentos
Que não param de rodopiar
Nos braços de um sentimento
Que me está a conquistar
Um sentimento que avança
Sempre devagar
Carregado de esperança
Liz
Num caminho rasgado do nada
Eu percorro a cada dia
Etapas duma caminhada
Que alimenta fantasias
E sonhos de criança
Que acredita,
Em histórias de princesas
Para manter a esperança
De uma vida mais bonita
E ter a certeza,
Que é este o sentido
Desta longa viagem.
Mesmo que me tenha perdido
Em algumas encruzilhadas
Nunca perdi a coragem
De voltar à minha estrada.
Das minhas convicções
Sempre fui fiel guerreira
Mesmo sem empunhar espadas
Ganhei em algumas ocasiões
Fui humilde mensageira
Não imponho o meu querer
Nem sei dar lições
Mas acredito que saber viver
Está nos nossos corações
Liz
Há dias sem cor
Dias em que a vida
Se esquece do amor
E deambula perdida
Por becos sem saída
Indiferente ao momento
Que passa mesmo ao lado
E lhe deixa em bocados
O seu vestido cinzento
Continua naquela trilha
De rumo ao acaso
Sem nem se aperceber
Que no horizonte brilha
O sol do ocaso
Como que a prometer
Outras cores para o novo dia
Reflecte no arco íris
Toda a sua alegria
Liz
