27/12/2011

Sou Palavras, Sou Silêncio



                     Tenho uns dias que sou toda palavras


                     Tenho outros que sou só silêncio

                     Sou melodia de uma canção

                     Que mesmo sem palavras fala sempre

                     Mas não é ouvida por toda a gente



                     Ah, pois não…

                     é apenas ouvida por quem me sente



                    Quem sabe se me ouvisse toda a gente



                     Eu não seria diferente…

                     se eu quisesse ser diferente



                     Não, nunca me ouviria toda a gente

                     Sou assim, umas vezes oculta

                     Outras vezes visivelmente,

                     Nunca, nunca ausente

                     Sou ouvida por quem me sente… sempre!


21/12/2011

Indiferença



                 Quem me dera ser indiferente
                  Indiferente à indiferença
                 Que mora no coração da gente
                 Da gente que não faz a diferença
                 Que não sente, que não vê
                 A indiferença dentro de si
                  Indiferença àquele mundo
                 Circundante por aí
                 O mundo dos rostos fechados
                 Para quem os dias são iguais
                 O mundo que precisa
                 De 365 natais


 
 
Desafio proposto por

30/11/2011

Até Amanhã


                Agora, à hora que a lua se levanta,
                quero adormecer nos teus braços,
                serenidade!
                Vingar-me dos atropelos deste dia,
                soltar-me dos laços e enlaces
                da ansiedade.
                Vestindo somente raios de luar,
                quero despojar-me do meu corpo
                dolorido.
                E, apenas alma, percorrer a noite
                envolta num sonho colorido e
                transcendente,
                até a um amanhecer reluzente,  
                uma alvorada que ainda não descobri
                para mim…
                Que amanhã é um novo dia…

20/11/2011

coisas pequenas, Gente Grande


                         Por entre as gotas da chuva



                         caminhei…


                         nas ruelas da minha mente.


                         Encontrei


                         coisas, encontrei gente.


                         Gente grande com coisas pequenas,


                         mas também,


                         coisas grandes com pequena gente.


                         Vi um universo desproporcional,


                         injusto, sei lá mais o quê…


                         Fiquei cega como quem não vê!


                         Indignei-me,


                         vi um mundo desigual.


                         Sem entender que a diferença é normal.


                         Que as coisas pequenas são para,


                         gente grande, apenas!


11/10/2011

Ah, e então?


                                         E se você dormisse? E se você sonhasse?
                                         E se, em teu sonho, você fosse ao paraíso
                                         e lá colhesse uma flor bela e estranha?
                                         E se, ao despertar, você tivesse a flor
                                         entre as mãos? Ah, e então?
                                          (Coleridge)


                Ah, eu tenho uma flor
               Uma flor de cor indefinida
               E bela… tão bela
               Cheira a magia
               Ou a sonho, talvez...
               Tenho-o entre mãos
               Trouxe-a do paraíso
               Quando fui lá passear

               Não existe?
              Quem disse que não existe?
              Eu estive lá
              e trouxe de lá esta flor
              Fica logo, ali
              À distancia da magia de um sonho!

01/10/2011

Há Muitas Canções de Amor


... E ao longe o mar!

Canta melodias de encantar.

O meu sentir

que hoje só se entende musical,

pauta de mil tons

apenas para quem o escutar.

Desliza pelas ondas

de um estado de alma

que se tende a eternizar.

Encantamento por uma canção

serena e completa !

Falando de como se conjugam

todos os verbos amar.



Pois, que amar não há só um!…


13/09/2011

Romances de Cordel... Ou Não!


“ Jogos de Sedução”, “As Regras da Sedução”, “O Protector”, “Casamento de Conveniência”… há quem lhe chame literatura de cordel mas a verdade é que vendem que nem pãezinhos quentes. Tratam o amor á moda antiga, os rituais de sedução, a poesia, o romantismo que nos dias que correm se vão perdendo cada vez mais. Já não há tempo para namorar no jardim ou passear de mão dada á beira-mar, agora anda-se, constroem-se relações muito bem ponderadas e calculadas… e o imprevisto do amor? Aquele nervosismo miudinho á espera de uma palavra que nunca mais chega ou aquele arrepio ao toque de um olhar? …

Estará aí a chave do sucesso para estes romances que, com uma escrita mais ou menos vulgar, nos enredam até ao mais ínfimo pormenor nos rituais de sedução, paixão, enamoramento, perdidos ao longo dos tempos?

Dos livros referidos li “Jogos de Sedução” e “Casamento de Conveniência” e gostei. Não considero que haja livros mais ou menos aconselháveis, tudo depende do gosto e das expectativas de cada leitor.

08/09/2011

O Vazio


O vazio é imenso…

Ocupa horas, dias, vidas inteiras

Nada ocupa mais



Ocupa espaço, tempo, sentimento

Ocupa o ser por dentro

O vazio ocupa imenso



O vazio não deixa lugar para nada

Entope a entrada

De outro qualquer sentimento



O vazio ocupa imenso…


05/09/2011

Labirintos Onde Me Perco


Não… não, eu não posso continuar neste labirinto que me enlouquece mais e mais a cada minuto que passa. Tenho que encontrar a saída que conduz à liberdade, à minha liberdade. Aprisionei-me, sem me dar conta, na teia que eu própria teci, como a aranha que tece a sua fortaleza com fios que se desfazem com um simples sopro de vento.

A minha pseudo-fortaleza também ruiu antes de eu mesma abrir os portões e acabei ficando soterrada nos escombros que se transformaram neste labirinto onde me perco todos os dias um bocadinho e aumenta a minha angústia de não ter a força para caminhar até à saída em liberdade, mas tenho que a arranjar, construi-la, procura-la, sei lá. Sob pena de ficar perdida para sempre, tenho que arranjar a força para caminhar até à saída que dá entrada no espaço livre onde posso passear. Viver! Viver sem o medo de não conseguir mais voltar.

25/08/2011

Não Te Quero, Lucidez!


Pendurei o corpo nas nuvens
E deixei a alma balançar
Entre a loucura e a lucidez
Deixei-me ir mais uma vez
Na loucura que em mim existe
E insiste

Doce tortura de não poder ficar
Inerte, indiferente, ausente
A tudo o que preciso contestar

Desafiei os meus limites
E andei para lá da razão
Fui insana, fui profana
Acreditei que podia voar
Sem tempo dentro do tempo
Que tinha para viver
Vivi

Ludibriei a lucidez
Que se apoderava de mim


14/08/2011

Um Olhar... Somente!


Um olhar não mente, mesmo quando com o pensamento se tenta contradizer aquilo que se sente, o olhar é sempre transparente. Pode até ser disfarçado, ilusório, estudado mas bem visto lá no fundo é sempre o espelho da alma e a alma é sempre a verdade. Há alguns desalmados, claro, e esses olhares, se calhar, mentem mas não é o olhar que mente, é a alma que não é verdadeiramente.

Um olhar pode oferecer o mundo, mudar um estado de espírito no espaço de um segundo. Pode dizer tudo ou nada, iniciar uma quimera ou terminá-la antes de ser começada. Quantas vezes faltam as palavras para falar o que se diz com um simples olhar…!

Não, nunca deixes de entender o que o olhar te quer dizer!




08/08/2011

Gostei, pedi permissão e publiquei


Tal como a tia, também a sobrinha gosta de brincar com as palavras...


Amizade Verdadeira ou Falso Amor


Amizade verdadeira
vale mais que
todos os falsos amores
Amizade não é brincadeira
é amar de outra maneira
é um vale coberto de flores

Amor falso de nada vai servir
E quando a amizade é real
Tanto há para descobrir
Com ela aprendemos a sorrir
o que com o amor falso
nunca poderá existir


Margarida Tavares - 12 anos


02/08/2011

A Ti... Dedicado!

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Fotografia


Hoje…
Quero celebrar
A amizade, o amor…
Tantas coisas, sei lá…
Talvez seja melhor dizer
Que celebro a eternidade
De um sonho que partilhamos,
O sonho de uma vida plena
Que tu sabes como ninguém
Porque só a conheces assim
Inteira, intensa, imperdível
Merece-la e tem-la…
E eu festejo-a contigo:
À tua, meu amigo!!!


23/07/2011

A Minha Aldeia

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Fotos



A minha aldeia é pequenina
Como todas as aldeias
Se não fossem pequeninas
Não eram aldeias
Eram cidades, metrópoles, sei lá...
Grandes, de pedra e cal
Mas na minha aldeia há gente
Que sente, e colhe semente
De tudo o que a terra dá
Na minha aldeia há Marias,
Maneis e Antónios
Na cidade há anónimos
Perdidos de andar por lá
Como eu gosto da minha aldeia
Não por ser pequenina
Mas apenas por ser a minha!




19/07/2011

Sonho... Não passo sem ele!


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Deito a cabeça na almofada e o sono não vêm, o pensamento rodopia dando voltas e voltas ao mundo que guardo dentro de mim. É o meu mundo de sonho, ou… será que é o mundo real que eu desejo em sonhos? Sem sonho o mundo não existe, disso eu sei! Se o Homem não sonhasse não sentia a necessidade de alcançar o sonho, não projectava, não realizava, não atingia metas… porque também não as traçava. Em suma, não evoluía!

A evolução é a ordem natural da humanidade e consequentemente do mundo, logo o sonho não só é preciso, é imprescindível!

Finalmente adormeço sobre os sonhos que, acordada, preencheram a minha mente para de manhã acordar com a certeza que não quero deixar de sonhar…


11/07/2011

De Alma Plena

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Hoje apetece-me celebrar a vida, pregar aos quatro ventos, gritar que a vida é bela. Sinto-me livre, talvez livre de mim… dos pensamentos que me amarram, das dores que me limitam. Para lá do horizonte dessas sensações mundanas há um céu e, hoje ofereceram-me um pedacinho desse céu. Mas é difícil de aceitar, esse céu, porque as amarras que nos prendem ao mundo pré-fabricado mesmo ainda antes da nossa própria existência estão enraizadas na mente… na dos outros mas também na minha. E é a mente que me relembra das amarras e das dores. Já não sei se devo celebrar a vida, se é sensato aceitar esse bocadinho de céu que me ofereceram. E eu sou uma pessoa sensata. Sou mesmo!

Mas que tem a sensatez a ver com a minha vontade de celebrar a vida? Não tenho uma vida inteira, eu sei, tenho um corpo ausente que parece conceber-me o estatuto de ser inanimado incondicionalmente. E também tenho uma alma, uma alma que sonha, que projecta e realiza. Uma alma que se sente plena quando lhe oferecem pedacinhos de céu!



07/07/2011

Doi-me a Vida

Há dias que a vida me dói
Uma dor fininha
Que perfura as entranhas
Quem dera houvesse analgésico
Para tratar esta minha dor
Acalmava o sofrimento
E depois adormecia
Adormecia para não mais acordar
Neste mundo onde a vida dói
Onde não há analgésicos
Para este tipo de dor
A mais difícil de combater
A sorrateira
Que não se deixa ver
A dor que ataca a alma
Perversa, atroz, cruel
A dor que não me deixa
adormecer


30/06/2011

Como Se Cala o Pensamento?


Penso que não quero pensar
Não quero pensar nas coisas
Que me atordoam o pensamento
Mas ainda assim, penso
Em tudo o que não quero pensar
E volto a pensar no que já pensei
Irredutível pensamento
Que não para de pensar
Nos pensamentos que terei
Quando me passar esta vontade
De não pensar
E continuo a pensar…
Mas como é que se cala
O pensamento?


26/06/2011

Coração Imperfeito


O meu coração não é perfeito mas eu gosto dele assim, cheio de buracos, cicatrizes, pedaços que parece que não combinam…

São essas imperfeições que me fazem sentir que vivi, dei pedaços àqueles que amo ou amei e por isso as cicatrizes mas também recebi, recebi pedaços que por não serem iguais parece que não combinam. Mas é só aparentemente porque se olhar de uma forma mais profunda vejo que esses pedaços encaixam na perfeição. Há ainda os buracos, também me fazem sentir que vivi, são pedaços que ofereci e não foram retribuídos.

Gosto tanto do meu coração imperfeito!

24/06/2011

Obrigada...!

Não posso dizer que este livro seja o sonho de uma vida pois até há pouco tempo atrás não me passava pela cabeça publicar os meus escritos, mas é, sem dúvida, o sonho deste momento. Sempre gostei de escrever e embora escrevesse apenas para as minhas gavetas, a escrita era como um desabafo que transportava para o papel, neste caso para o computador, todo um mundo que ocultava dentro de mim. Mágoas e angústias tornavam-se assim menos pesadas.

Pelas vicissitudes da vida a internet tornou-se o meu mundo e o mundo dos blogues um modo de estar na internet, e foi do meu primeiro blogue que surgiu este livro.
No entanto este blogue não me trouxe só a oportunidade de me publicar em livro, na verdade o livro é uma parte mínima de tudo o que ganhei. E o que ganhei é muito, ganhei afecto, ganhei partilha, ganhei proximidade com pessoas que certamente já estavam pré-destinadas a fazer parte da minha vida pois a amizade é tão intensa que só assim pode ser explicada. Para esses amigos aqui fica uma palavra de reconhecimento:

Ana, minha irmã do coração que me impulsionou para escrever poesia quando eu achava que não tinha jeito nenhum para tal. Fátima, Nela, Vítor, Paulo, Carolina, amigos que jamais descuidam essa condição. E Zé, aquele amigo que está sempre no sitio certo à hora certa.

Também a toda a equipa de profissionais da unidade de cuidados intensivos do hospital de Portalegre que, entre outras que conheci, tem sido o meu suporte de vida quer físico quer emocional.


E à minha família e aos amigos que estiveram sempre comigo, especialmente à minha mãe, fortaleza que me abriga de todas as tempestades.



Quero ainda agradecer à Dra Susana Teixeira que tão prontamente acedeu fazer a apresentação deste livro e com a sua arte torná-lo mais aprazível a quem o quiser conhecer. E ao grupo de teatro amador Umapitadadenós que apesar do receio de “não estar à altura” não quis deixar de me fazer o agrado de recitar alguns dos meus textos e ainda prestar um enorme apoio na organização de todo este evento.


Finalmente, o meu bem haja pelo apoio e também pela organização e divulgação ao Dr. Fernando Pádua, ao grupo de humanização do hospital na pessoa da enf. Maria João Rodrigues, à Raquel, à Sónia e à Florbela.




Fotogaleria:



https://skydrive.live.com/?cid=de73f295a1a3d455&sc=photos&wa=wsignin1.0&id=DE73F295A1A3D455%2122213

18/05/2011

Vida ao Contrário

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Quero ter uma vida invertida
Onde o começo seja o fim da vida
Começar pela morte, ficar logo despachada
E depois… depois continuar a caminhada
Não de marcha à ré mas renovando a fé
Que um dia perdi pela felicidade que não vi
Desfrutando caminhos que me passaram ao lado
Ir por aí à procura de tudo aquilo que não senti
Ter, afinal, a certeza que há muito mais a ser contemplado
Que uma vida é pequena para ser plena
De todas as vivências que cada um deveria ter
Sentimentos, momentos que não são para perder



01/05/2011

Mãe

Mãe
Meu porto de abrigo
És tu que me que me guardas
Das tempestades da vida
Vida que tu me deste
E fizeste crescer com o melhor
Do teu ser

Mãe
Faltam-me as palavras para dizer
O quanto te agradeço
(ou talvez a Deus…)
Por ter sido abençoada
Com a tua protecção…
Amor… carinho…
Ensinamentos de estar e ser!



29/04/2011

Fantasmas

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Estou farta! Só quero gritar basta e mandar embora todos os fantasmas que rodeiam a minha existência, gritar bem alto que me deixem em paz e levem com eles este desassossego que me atormenta a alma. Fantasmas, não os quero perto de mim… nem em mim, não cabem na vida que eu quero, sim que eu quero viver e não apenas existir! Viver como vivem as almas livres, com o coração aberto aos sonhos e o espírito pleno de luz.

Para viver preciso de os largar, esses malditos que me prendem, sufocam, que me matam devagarinho, uma morte em vida que me amarra a medos, angústias e revoltas… sensações que não me ficam bem, nem eu quero que fiquem! Eu só quero arranjar maneira de largar os fantasmas… ou fazer com que eles me larguem a mim…

Dizem que não há quem não os tenha ou não os tenha tido, parece que não há forma de evitar que eles nasçam mas eu sei que há forma de os impedir de crescer, tem que haver e eu tenha de a aprender. Tenho de aprender a manda-los embora!

26/04/2011

Conversa Com As Estrelas

Tinha a dor presa em mim
Brutal, com nós impiedosos
Que não conseguia desatar
Nem com a minha força para viver

Então fui á janela e
Conversei com as estrelas
De olhos posto em mim falei-lhe
De como me sentia pequenina,
Perdida no meu mundo de dor
De como me sentia impotente
Perante o tamanho da minha angústia
Que era a maior de todas

E elas disseram-me
Que levantasse os olhos de mim
E olhasse em frente o horizonte
Que se desenhava no céu
E para lá dele o universo infinito
Que havia à minha volta
Só para mim, e para quem eu quero
Nesse universo que eu posso
Construir á minha medida