22/06/2017

Sonho Ferido

Imagem: Sarah Maxwell


 O meu sonho voava,
por onde o destino o levava.
Voava livre e contente,
como a pomba que o inspirava.
Às vezes, nas asas do vento,
outras, em contra corrente,
sempre dando largas ao sentimento.
Por aqueles dias, acreditava
que não havia amarras para o conter.
Bastava o seu querer.
 
No entanto, de seguro que se sentia
descuidou o seu voar.
Tal como a pomba que não soube ver
as farpas que não queria,
também o meu sonho acabou a sangrar.
Rasgado de tanto querer
ir, sem saber para onde ia.
Preso nas teias do meio caminho,
lavou-se assim de sangue
o sonho que voava ao sabor do destino.
 
Mas o percurso não acabava ali,
nem o querer que o movia… 



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